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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Rolls Royce

Pessoas, tudo bem?

Que tal falarmos de uma máquina super requintada, usada pelos líderes mundiais e pelos milionários....

Com vocês, o inconfundível Rolls Royce.

Símbolo de requinte e posição social, o Silver Shadow foi
o modelo mais vendido da aristocrática Rolls-Royce
 
Em 1904, um rico senhor londrino, sir Charles Stuart Rolls, dono de concessionária de carros e piloto, encontrou o engenheiro e industrial Frederic Henry Royce. Ficou impressionadíssimo pelo automóvel que ele havia construído. Nascia então uma das mais magníficas empresas do mundo dos automóveis: a Rolls-Royce, sinônimo de potência, luxo, elegância -- e perfeição.
O primeiro modelo, de 1966: rompendo tradições de estilo dentro da marca, o Silver Shadow conservava a clássica grade do radiador com o "espírito do êxtase" sobre ela
A cidade inglesa de Crewe, a 300 quilômetros de Londres, é ainda hoje sede da fábrica dos automóveis mais desejados por reis, rainhas, imperadores, nobres, artistas e milionários. Em 1913 morria Charles Rolls e a sigla RR no topo da grade do radiador, que era vermelha, passava a ser preta. Em 1931 a Rolls comprava outra instituição britânica do mundo dos automóveis, que se destacava pela qualidade e potência de seus esportivos: a Bentley. Por décadas ambas fabricaram automóveis de sonho.

Quebrando tradições e partindo para a modernidade, no Salão de Londres em outubro de 1965 era lançado aquele que seria o carro mais vendido da empresa: o Silver Shadow ou sombra prateada. Vinha substituir o Silver Cloud e adotava, pela primeira vez na história da fábrica, a estrutura monobloco. Suas linhas modernas, mas ao mesmo tempo clássicas, eram muito elegantes.
A potência e o torque do motor V8 não eram divulgados: o fabricante informava apenas serem "suficientes", mas estimativas falavam em cerca de 210 cv
Na frente os quatro faróis redondos eram separados pela imponente grade do radiador, e sobre esta estava a Spirit of Ecstasy -- espírito de êxtase, pequena escultura de uma mulher alada, que acompanha todos os produtos da marca desde 1911 e se tornou célebre. Foi modelada por Charles Sykes seguindo sugestões do Lorde Montagu de Beaulieu.

A perfeição mecânica traduzia-se num motor V8 de 6,2 litros e dois carburadores. A potência? "Suficiente": como fazia há anos, esta não era divulgada pelo construtor, tampouco o torque. Mas estimava-se em torno dos 210 cv. A tração era traseira e a caixa de marchas automática, com alavanca na coluna da direção e de origem americana, a GM 400. Os tradicionais lordes ingleses torciam o nariz por causa desta heresia.
A estrutura monobloco era adotada pela primeira vez num Rolls. A mecânica já incluía suspensão independente e freios a disco nas quatro rodas
O Shadow contava com suspensão independente, quatro freios a disco e servo-freio. Atingia 190 km/h de velocidade final e a aceleração de 0 a 100 km/h era feita em 11 segundos. Era um carro para rodar com conforto e suavidade, mas de estabilidade impecável e acelerações muito boas. Por dentro eram empregados os mais caros e refinados materiais, como o famoso couro Connolly nos bancos e portas. Muito conforto, luxo e o mais absoluto silêncio ao rodar.
Uma das lendas envolvendo a marca inglesa é que só era admitido escutar o tic-tac do relógio em seu interior. Outra, que uma moeda poderia permanecer de pé sobre o radiador com o motor em funcionamento. Apesar do volante antiquado, que parecia ter vindo de um caminhão de entregas da década de 30, o painel era completíssimo, com os instrumentos fixados em madeira nobre (nogueira) de excelente qualidade: conta-giros, amperímetro, manômetro de óleo, entre outros. 

Requinte, conforto e um painel completo
Em março de 1966 aparecia o modelo cupê, com o mesmo tamanho e características mecânicas. Não tinha a coluna central, e com os vidros abertos ficava mais belo ainda. Mantinha a classe da marca, mas não foi muito encomendado e sua produção terminou em 1971.

Em setembro de 1967 surgia o conversível mais elegante e cobiçado do planeta -- e também o mais caro. Quando a capota estava baixada, ficava ainda mais admirável e charmoso -- lógico que o sistema para montá-la era elétrico, muito preciso e silencioso. Detalhe charmoso era a palheta de limpadores dos faróis, que ficava exatamente no meio dos pares. No painel, uma plaqueta metálica identificava o fabricante da carroceria: a famosa Mulliner-Park Ward, situada em Londres, que fazia parte do Rolls-Royce Car Group. Este modelo não era montado em Crewe como o sedã e o cupê.
Não faltam lendas envolvendo a perfeição e a qualidade de um Rolls. Uma delas diz que só se aceitava ouvir no interior o tic-tac do relógio; outra, que uma moeda ficaria de pé sobre o radiador com o motor em marcha-lenta
Em maio de 1969 era lançada a versão LWB, ou long wheelbase: mais longo, media 10 cm a mais entre eixos -- e custava 15% mais caro. Trazia climatização separada para os passageiros de trás e mais espaço para as pernas. Dois anos depois, em março, o conversível recebia o nome de Corniche, em alusão a uma estrada com vista para paisagens belíssimas na costa azul francesa.

Este nome ele o conservaria até o final de sua produção em 1987. Sua carroceria permaneceu quase inalterada durante anos, mas até hoje é irresistível. Tal como o cupê, mantinha as mesmas características técnicas do sedã, mas era mais pesado (2.360 kg) devido aos reforços estruturais. Nessa época, para todos os modelos, o motor passava a 6,75 litros de cilindrada, mantida até hoje.
A produção maior era do quatro-portas. Podia ser adquirido com a carroceria em dois tons, pneus de faixa branca e equipamentos sofisticados como telefone, geladeira, televisão. Os vidros, a regulagem dos bancos -- que mais pareciam poltronas de reis --, o acionamento da antena e do rádio utilizavam controle elétrico. Exceção era a regulagem dos retrovisores, manual. Foram fabricados 16.717 sedãs Silver Shadow I entre 1965 e 1977.
O charmoso conversível Corniche, derivado do Silver Shadow, manteve-se até 1987
Em março de 1977, o modelo mais longo passava a ser chamado de Silver Wraith (espectro prateado) II, nome já utilizado numa versão fabricada entre 1946 e 1959. No mesmo ano aparecia a fase II, com poucas modificações: pára-choques mais modernos, sem garras de proteção e maiores, um discreto spoiler dianteiro e faróis de longo alcance. De 1977 a 1980 foram fabricados 8.425 Silver Shadow II e 2.145 Silver Wraith II.

O Bentley T-Series Standard, lançado em outubro de 1965, era idêntico ao Rolls exceto pela grade do radiador, que não tinha a estatueta e não era feita artesanalmente. Em 1980 o Silver Shadow cedia o lugar ao Silver Spur, mais moderno, mas que herdava o ar aristocrático do antecessor. Nesse ano a RR se associava à Vickers, empresa aeronáutica renomada no mundo inteiro.
Depois do pouco sucesso do Shadow cupê, a Rolls criou a versão fechada do Corniche
Em 1987, seu último ano, o Corniche ainda foi considerado uma das estrelas do 2º. Festival do Conversível e da Moda. Nesse ano eram produzidos -- junto com seu irmão gêmeo, o Bentley Continental -- 300 exemplares, sendo 80 % destinados ao mercado norte- americano. À época já era equipado com freios antitravamento ( ABS) e carburador Solex de corpo quádruplo. Fontes fidedignas informavam que ele era ligeiramente mais potente que o sedã.

O Silver Shadow foi o responsável pela entrada da Rolls na idade moderna do mundo automobilístico. E se aposentou com toda a pompa.

Fonte: Texto: Francis Castaings - Edição: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

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